REENCARNAÇÃO – POR QUE ESQUECEMOS?

REENCARNAÇÃO – POR QUE ESQUECEMOS?
Sidney Fernandes
Muitos argumentam que não se lembram de vidas anteriores. Ponderam que, se são espíritos que transitam por muitos corpos em muitas existências, natural seria que a memória espiritual lhes trouxesse recordações pretéritas. Sendo sempre a mesma alma, com muitas personalidades, por que se esquecem delas? Caso recordassem o que fizeram de errado, não ficaria mais fácil corrigir esses enganos? Não seria mais lógico admitir que pagar dívidas, diante de suas lembranças, ficaria mais fácil?
Não é bem assim. Algumas situações reais nos auxiliarão a raciocinar melhor sobre esse assunto. Como por exemplo, a condição de uma conhecida atriz que, de tanto revestir-se da personalidade de personagem representada, passou a ter dificuldades para conviver com colegas e familiares. Um outro excelente ator, que se dedicava à profunda imersão no interior psicológico de um personagem psicopata, passou a agir, pelas cidades por que passava, com a mesma natureza hedionda do cruel assassino que incorporava. Da mesma forma, alienados mentais, que se julgam ser outras pessoas, revivem experiências regressas, embaralhando percepções, sentimentos e ideias.
Ora. Se a simples e transitória convivência com personagens ficcionais ou a ciclotímica revivescência de lembranças passadas causam tantas confusões existenciais, imaginemos os transtornos da plena consciência de múltiplas vidas por que já passamos, aos nos reencontrarmos com desafetos do passado!
Seria possível conviver com criaturas que nos prejudicaram e agora compartilham, direta ou indiretamente, de nossas vidas?
O esquecimento, como abençoado recomeço, permitirá o quase zeramento das lembranças pretéritas que somente prejudicariam a existência e dificultariam a retomada do ciclo evolutivo.
Qual seria a melhor coisa que poderia acontecer a um sentenciado, ao sair da prisão, após ser favorecido por um livramento condicional? Que todos se esquecessem dos seus atos passados, inclusive ele mesmo. Assim poderia ter uma vida nova, sem preconceitos ou ressentimentos.
É o que acontece com todos nós, quando recebemos uma nova encarnação. Agradeçamos ao Criador o abençoado esquecimento, que nos propicia uma existência novinha em folha, sem os ranços do passado.
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